1 Acolhida
2 Oração Inicial
3 Tema do Mês
José: Pai, Mestre e Educador de Jesus.
O crescimento de Jesus “em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2,52), deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a alta função de o “criar”; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai. (São João Paulo II, Papa, Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 16)
Sob o olhar de São José, como já vimos em edições anteriores das Sementes Josefinas, é uma expressão que resume uma das características mais nobres e relevante da missão que São José exerceu: acompanhar Jesus em seu crescimento e prepará-lo para sua missão.
Como já vimos, o Papa Francisco refere-se a São José com o título de mestre, e deixa claro que entre as fontes que São José usou para a educação de Jesus teve especial importância a Palavra de Deus. Vejamos:
José foi para Jesus exemplo e mestre desta sabedoria, que se alimenta da Palavra de Deus. Podemos pensar no modo como José educou o pequeno Jesus a ouvir as Sagradas Escrituras, principalmente acompanhando-o aos sábados à sinagoga de Nazaré. E José acompanhava-o para que Jesus ouvisse a Palavra de Deus na sinagoga. E a prova da escuta profunda de Jesus em relação a Deus, José e Maria tiveram-na — de uma maneira que os surpreendeu — quando ele, com doze anos, permaneceu no templo de Jerusalém sem que eles o soubessem; e encontraram-no depois de três dias, enquanto dialogava com os doutores da lei, os quais ficaram admirados com a sua sabedoria. Eis: Jesus está repleto de sabedoria, porque é o Filho de Deus, mas o Pai celeste valeu-se da colaboração de São José, a fim de que o seu Filho pudesse crescer «cheio de sabedoria» (Lc 2, 40). (Papa Francisco).
São Tomás de Aquino também nos ensina que entre os deveres de São José como pai teve destaca-se como “um dos mais importantes” o dever da educação religiosa de Jesus. Vejamos:
Como muito bem afirmou Santo Tomás, o matrimônio de José com Maria e sua consequente paternidade, foram em vista da educação de Jesus, e neste sentido José exercitou os seus deveres, dentre os quais um dos mais importantes aquele da educação religiosa de Jesus. (José Antônio Bertolin, osj. Curso de Josefologia).
O Curso de Josefologia, elaborado pelo Centro de Espiritualidade Josefino Marelliana com o intuito de prover uma fonte de consulta qualificada sobre a pessoa e a missão de São José, apresenta algumas reflexões interessantes sobre como José e Maria contribuíram significativamente na educação de Jesus. Vejamos algumas destas reflexões:
Segundo os costumes ele ensinou a Jesus desde as tradições nacionais, as quais em grande parte eram de natureza religiosa, assim como as prescrições dadas aos antepassados (Ex 10,2). Fazia também parte desta educação religiosa o ensinamento dos textos literários (2Sam 1,18), ensinamentos este que Jesus recebeu particularmente na escola sinagogal. Claro que a mãe também tinha sua responsabilidade na educação dos filhos, tais como os elementos de instruções moral (Prov 1,8; 6,20), e por isso Maria foi juntamente com seu esposo a dedicada educadora de Jesus.
Ainda na educação religiosa José ensinou a Jesus as orações que todo bom judeu rezava todos os dias em casa, na Sinagoga, ou no Templo, como o “Shemá”, e as orações de agradecimento durante as refeições. Não faltavam ainda na instrução religiosa a história da libertação do povo da escravidão e as grandes linhas da história da salvação, assim como os salmos, os ensinamentos dos profetas, etc. De tudo isso José foi um fiel executor. Portanto no processo educativo de Jesus, toda a sua vida foi impregnada dos exemplos e dos ensinamentos de José, assim como da educação profissional.
Como qualquer criança de seu tempo, Jesus queria crescer, e por isso observava com atenção o comportamento do pai e da mãe e se espelhava nos seus exemplos para tornar-se como eles. Será um aluno atento na carpintaria como esmero e manejo da serra e as pancadas certeiras do martelo. Sentir-se-á feliz aos sábados, ao deixar a labuta da oficina ou os bancos da escola para acompanhar o pai à sinagoga, ficará admirado ao seguir com atenção seus gestos e suas inclinações na casa de oração, sentira orgulho dele ao vê-lo encaminhar-se para frente na sinagoga, pegar o pergaminho da palavra de Deus nas mãos e proclamar em voz alta e altissonante a todos os presentes a palavra do Senhor.
Será no convívio com os pais que aprenderá o que é necessário para a vida, mas será também na sinagoga, lugar rico em ensinamentos, que irá entender muitas coisas. Atraído por sua curiosidade de criança, saberá que a pequena lâmpada, sempre acesa diante do armário que guarda sigilosamente os pergaminhos da Sagrada Escritura, simboliza a luz da lei divina ali presente que ilumina todos os homens. Será na frequência à sinagoga que compreenderá que as estrelas de seis pontas significam o emblema do seu antepassado Davi, o grande rei que escreveu salmos belíssimos, muitos dos quais já sabia de cor, pois tinha aprendido em casa nos joelhos de Maria, sua mãe, ou na companhia do pai na carpintaria.
Será na sua família, pequena escola de Nazaré, que Jesus aprenderá a rezar e santificar o dia elevando o pensamento a Deus com as orações costumeiras do israelita. José e Maria, cientes da educação devida ao filho, não se limitarão a transmitir ensinamentos a Jesus apenas em casa, mas seguramente o encaminharão todos os dias a uma escola sinagogal, onde terá como livro os textos sagrados e como professor um rabi. Na escola aprenderá a recitar em voz alta o Shemá, a fórmula fundamental da fé do seu povo, assim como aprenderá longos trechos do Pentateuco. Em casa, aos poucos, entenderá os episódios, da história do seu povo, e como toda criança começará a amar os seus heróis estudados nos textos sagrados, como os Profetas, o poderoso José do Egito, Moisés o grande libertador e líder que conduziu o povo da escravidão do Egito pelo deserto por quarenta anos até a terra prometida, e Davi, que na sua simplicidade abateu o gigante Golias…
Com José Jesus irá aos poucos aprendendo o significado das grandes festas religiosas do seu povo que eram celebradas durante o ano (Era costume entre os hebreus visitar Jerusalém três vezes ao ano: nas festas da Páscoa, de Pentecostes e dos Tabernáculos. Os que moravam longe de Jerusalém tinham a obrigação de uma só viagem, justamente para os festejos da Páscoa).
Quando já havia completado 12 anos, teve a oportunidade de participar pela primeira vez dos festejos da Páscoa na cidade santa de Jerusalém. Levar o filho pela primeira vez para participar oficialmente do culto ao verdadeiro Deus era motivo de muita alegria para todos os pais. As cerimônias desses dias tinham um significado muito profundo. José, a exemplo de outras famílias de sua cidadezinha, preparou tudo para fazer a peregrinação a Jerusalém, comida para a viagem, tenda para pernoitar, afinal eram quatro dias de viagem pelos montes de Judá, percorrendo em média 35 quilômetros por dia, além do burrinho para transportar tudo.
Roguemos a São José para que nos apoie e nos acompanhe em nossas iniciativas no sentido de cumprir “um dos mais importantes” de nossos deveres de Pai e Educador: a educação religiosa daqueles a quem Deus nos confiou esta nobre missão.
4 Reflexão e Partilha
Partilhar sobre as palavras do Papa Francisco: “José foi para Jesus exemplo e mestre desta sabedoria, que se alimenta da Palavra de Deus. Podemos pensar no modo como José educou o pequeno Jesus a ouvir as Sagradas Escrituras, principalmente acompanhando-o aos sábados à sinagoga de Nazaré. E José acompanhava-o para que Jesus ouvisse a Palavra de Deus na sinagoga”
5 Compromisso do Mês
Exercitar-se na prática de valorizar a Palavra de Deus como preciosa e insubstituível fonte de formação para a educação religiosa dos filhos e, na medida do possível, promover momentos de reflexão e partilha em família sobre a Palavra.
6 Oração Final
