Chorar com os que choram, como Jesus, Maria e José. (Semente Josefina. Janeiro/2019)

1 Acolhida

2 Oração Inicial

3 Tema do Mês

Chorar com os que choram, como Jesus, Maria e José.

“Permanecei conosco, ó São José, nos nossos momentos de prosperidade, quando tudo nos convida a gozar honestamente dos frutos de nossas fadigas; mas, sobretudo, permanecei conosco e sustentai-nos nas horas de tristeza quando parece que o céu quer fechar-se sobre nós e até os instrumentos de nosso trabalho vão escapar de nossas mãos”. (São Pio XII)

A Exortação Apostólica Alegrai-vos e Exultai, nos itens de 75 e 76, nos exorta que é necessário “ter a coragem de compartilhar o sofrimento alheio, e deixa de fugir das situações dolorosas”, “descobrir que a vida tem sentido socorrendo o outro na sua aflição, compreendendo a angústia alheia, aliviando os outros”, é necessário saber «chorar com os que choram»”. Vejamos:

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!” (Mt 5, 5)

  1. O mundo propõe-nos o contrário: o entretenimento, o prazer, a distração, o divertimento. E diz-nos que isto é que torna boa a vida. O mundano ignora, olha para o lado, quando há problemas de doença ou aflição na família ou ao seu redor. O mundo não quer chorar: prefere ignorar as situações dolorosas, cobri-las, escondê-las. Gastam-se muitas energias para escapar das situações onde está presente o sofrimento, julgando que é possível dissimular a realidade, onde nunca, nunca, pode faltar a cruz.
  2. A pessoa que, vendo as coisas como realmente estão, se deixa trespassar pela aflição e chora no seu coração, é capaz de alcançar as profundezas da vida e ser autenticamente feliz. Esta pessoa é consolada, mas com a consolação de Jesus e não com a do mundo. Assim pode ter a coragem de compartilhar o sofrimento alheio, e deixa de fugir das situações dolorosas. Desta forma, descobre que a vida tem sentido socorrendo o outro na sua aflição, compreendendo a angústia alheia, aliviando os outros. Esta pessoa sente que o outro é carne da sua carne, não teme aproximar-se até tocar a sua ferida, compadece-se até sentir que as distâncias são superadas. Assim, é possível acolher aquela exortação de São Paulo: «Chorai com os que choram» (Rm 12, 15).

Saber chorar com os outros: isto é santidade.

Diante das situações de dificuldade e dor das outras pessoas, nos explica o Papa Francisco, existem duas opções:

(1) procurar o consolo do mundo, tentando dissimular a realidade; tentando fugir da cruz; ou,

(2) procurar o consolo de Jesus, que vem da opção pelo compromisso com o outro, que é irmão compromisso esse que nos leva a “chorar com os que choram” e praticar as obras de misericórdia que possam “consolar o irmão” que sofre.

Inúmeras foram as ocasiões em que São José sentiu-se em situação de dor e sofrimento interior, mas que ao mesmo tempo sentiu-se consolado por entender que cada uma daquelas situações tinha sua importância na missão redentora de Jesus. Vejamos alguns exemplos, resumidos nas Dores e Alegrias de São José.

Ó puríssimo esposo de Maria Santíssima, glorioso São José, assim como foi grande a amargura e a angústia do vosso coração na perplexidade de abandonardes a vossa castíssima esposa, também foi inexplicável a vossa alegria quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação.

Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que fostes escolhidos para o cargo de pai adotivo do verbo humanado, a dor que sentistes ao ver nascer em tanta pobreza o Deus Menino se vos trocou em celestial júbilo ao escutardes a angélica harmonia e ao verdes a glória daquela brilhantíssima noite.

Ó obedientíssimo executor das leis divinas, glorioso São José, o sangue preciosíssimo que na circuncisão derramou o Redentor Menino vos traspassou o coração; mas o nome de Jesus vô-lo reanimou, enchendo-o de contentamento.

Ó fidelíssimo santo, que também tivestes parte nos mistérios de nossa Redenção, glorioso São José, se a profecia de Simeão a respeito do que Jesus e Maria tinham de padecer vos causou mortal angústia, também vos encheu de soberano gozo pela salvação e gloriosa ressurreição que igualmente predisse teria de resultar para inumeráveis almas.

Ó vigilantíssimo guarda, familiar íntimo do Filho de Deus encarnado, glorioso São José, quando penastes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga que com ele tivestes de fazer para o Egito. Mas qual não foi também a vossa alegria, tendo sempre convosco, a confortadora presença de Jesus e de Maria.

Ó protetor das famílias, glorioso São José, se a volta do Egito foi tumultuada pelo medo de Arquelau, causou-vos grande consolação o sereno convívio de Nazaré, onde Jesus, na obediência, quis ser por Vós preparado para a vida e para o trabalho.

Ó exemplar de toda a santidade, glorioso São José, perdestes sem culpa vossa o Menino Jesus e, para maior angústia, tivestes de procurá-lo por três dias, até que com sumo júbilo o encontrastes no templo entre os doutores.

O Papa São João Paulo II resumiu o modo com São José serviu aos interesses de Jesus destacando o “seu modo humilde e amadurecido de servir”.

É para mim uma alegria cumprir este dever pastoral, no intuito de que cresça em todos a devoção ao Patrono da Igreja universal e o amor ao Redentor, que ele serviu de maneira exemplar. Desta forma, todo o povo cristão não só recorrerá a São José com maior fervor e invocará confiadamente o seu patrocínio, mas também terá sempre diante dos olhos o seu modo humilde e amadurecido de servir e de “participar” na economia da salvação. (São João Paulo II. Redemptoris Custos)

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!” (Mt 5, 5).

Bem-aventurados os que choram com os que choram, não apenas com lágrimas mas com obras de misericórdia, compartilhando o sofrimento com o irmão, socorrendo o irmão em sua aflição, compreendendo sua angústia, aliviando sua dor, acolhendo o outro como irmão (carne de sua carne), aproximando-se do irmão até tocar suas feridas, compadecendo-se do irmão até que as distâncias sejam superadas.

Bem-aventurados os que choram com os que choram e o fazem por amor ao Cristo presente neles.

4 Reflexão e Partilha

Partilhar sobre as palavras do Papa Francisco: “A pessoa que, vendo as coisas como realmente estão, se deixa trespassar pela aflição e chora no seu coração, é capaz de alcançar as profundezas da vida e ser autenticamente feliz. Esta pessoa é consolada, mas com a consolação de Jesus e não com a do mundo. Assim pode ter a coragem de compartilhar o sofrimento alheio, e deixa de fugir das situações dolorosas”.

5 Compromisso do Mês

Praticar a mansidão nas situações concretas dia a dia, estando ao lado do irmão que sofre e consolando-os com compaixão: chorar com os que choram.

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