1 Acolhida
2 Oração Inicial
3 Tema do Mês
Ser pobre no coração, como Jesus, Maria e José.
“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5,3)
Como vimos na edição anterior da Semente Josefina, na Exortação Apostólica Alegrai-vos e Exultai (Sobre o Chamado à Santidade no Mundo Atual), em seus itens 63 e 64, o Papa Francisco, nos exorta a “fazer aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças. Vejamos:
Assim, se um de nós se questionar sobre «como fazer para chegar a ser um bom cristão», a resposta é simples: é necessário fazer – cada qual a seu modo – aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças. Nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia-a-dia da nossa vida.
A palavra «feliz» ou «bem-aventurado» torna-se sinônimo de «santo», porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade.
A mesma Exortação Apostólica, nos itens de 67 a 70, nos indica que “ser pobre no coração: isto é santidade”. Vejamos:
- O Evangelho convida-nos a reconhecer a verdade do nosso coração, para ver onde colocamos a segurança da nossa vida. Normalmente, o rico sente-se seguro com as suas riquezas e, quando estas estão em risco, pensa que se desmorona todo o sentido da sua vida na terra. O próprio Jesus no-lo disse na parábola do rico insensato, falando daquele homem seguro de si, que – como um insensato – não pensava que poderia morrer naquele mesmo dia (cf. Lc 12,16-21).
- As riquezas não te dão segurança alguma. Mais ainda: quando o coração se sente rico, fica tão satisfeito de si mesmo que não tem espaço para a Palavra de Deus, para amar os irmãos, nem para gozar das coisas mais importantes da vida. Deste modo priva-se dos bens maiores. Por isso, Jesus chama felizes os pobres em espírito, que têm o coração pobre, onde pode entrar o Senhor com a sua incessante novidade.
- Esta pobreza de espírito está intimamente ligada à «santa indiferença» proposta por Santo Inácio de Loyola, na qual alcançamos uma estupenda liberdade interior: «É necessário tornar-nos indiferentes face a todas as coisas criadas (em tudo aquilo que seja permitido à liberdade do nosso livre arbítrio, e não lhe esteja proibido), de tal modo que, por nós mesmos, não queiramos mais a saúde do que a doença, mais a riqueza do que a pobreza, mais a honra do que a desonra, mais uma vida longa do que curta, e assim em tudo o resto».
- Lucas não fala duma pobreza «em espírito», mas simplesmente de ser «pobre» (cf. Lc 6, 20), convidando-nos assim a uma vida também austera e essencial. Desta forma, chama-nos a compartilhar a vida dos mais necessitados, a vida que levaram os Apóstolos e, em última análise, a configurar-nos a Jesus, que, «sendo rico, Se fez pobre» (2 Cor 8, 9).
Ser pobre no coração: isto é santidade.
O Papa Francisco exorta, portanto, à opção por “ser pobre no coração” e, à opção por “ser pobre, simplesmente”. E esclarece que em sua essência esse chamado não ser refere à quantidade de bens que possamos ter, mas à opção por “uma vida austera e essencial”, e por “compartilhar a vida dos mais necessitados”. Além disso, o Papa Francisco indica dois exemplos de vida simples, despojada: “a vida que levaram os Apóstolos e, em última análise, a configurar-nos a Jesus, que, «sendo rico, Se fez pobre”.
Na Exortação Apostólica Redemptoris Custos o Papa São João Paulo II lembra que José e Maria foram “testemunhas privilegiadas” da vinda do Filho de Deus ao mundo: testemunhas do despojamento e da sua glorificação, incluindo a adoração dos Pastores e a veneração dos Magos:
José foi testemunha ocular deste nascimento, que se verificou em condições humanamente humilhantes, primeiro anúncio daquele «despojamento», no qual Cristo consentiu livremente, para a remissão dos pecados. Na mesma ocasião, José foi testemunha da adoração dos pastores, que acorreram ao lugar onde Jesus nascera, depois de um anjo lhes ter levado esta grande e jubilosa notícia (cf. Lc 2, 15-16); mais tarde, foi testemunha também da homenagem dos Magos, vindos do Oriente (cf. Mt 2, 11).
A opção de Jesus por uma vida simples e despojada, Ele já a tinha feito bem antes de iniciar sua vida pública: Ele escolheu a simplicidade do Lar de Nazaré como o ambiente mais adequado para o seu crescimento e formação. Mais tarde, ao anunciar a importância da “pobreza”, e da “pobreza do coração”, Jesus estará compartilhando com seus Apóstolos, e com cada ser humano de todos os tempos, aquilo que já havia experimentado: a grandiosidade da simplicidade, da laboriosidade e da humildade, alguns dos preciosos frutos advindos da opção pela “pobreza de coração”. Ouçamos os sábios:
“O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa”. (Papa Bento XVI, 19/03/2006)
“A vida comunitária, na família, na paróquia, na comunidade religiosa ou em qualquer outra, compõe-se de tantos pequenos detalhes diários. Assim acontecia na comunidade santa formada por Jesus, Maria e José, onde se refletiu de forma paradigmática a beleza da comunhão trinitária. E o mesmo sucedia na vida comunitária que Jesus transcorreu com os seus discípulos e o povo simples”. (Papa Francisco. Alegai-vos e Exultai)
José cumpriu plenamente o seu papel paterno, sob todos os aspectos. Certamente educou Jesus na oração, juntamente com Maria. Ele, em particular, tê-lo-á levado consigo à sinagoga, aos ritos do sábado, assim como a Jerusalém, para as grandes festas do povo de Israel. José, segundo a tradição judaica, terá guiado a oração doméstica quer no dia-a-dia — de manhã, à noite, nas refeições — quer nas principais festas religiosas. Assim, no ritmo dos dias transcorridos em Nazaré, entre a casa simples e a oficina de José, Jesus aprendeu a alternar oração e trabalho, e a oferecer a Deus também a fadiga para ganhar o pão necessário para a família. (Papa Bento XVI)
4 Reflexão e Partilha
Partilhar sobre as palavras do Papa Francisco: “As riquezas não te dão segurança alguma. Mais ainda: quando o coração se sente rico, fica tão satisfeito de si mesmo que não tem espaço para a Palavra de Deus, para amar os irmãos, nem para gozar das coisas mais importantes da vida. Deste modo priva-se dos bens maiores. Por isso, Jesus chama felizes os pobres em espírito, que têm o coração pobre, onde pode entrar o Senhor com a sua incessante novidade”.
5 Compromisso do Mês
Praticar a “pobreza de coração” e a “ação de graças” realizando as tarefas cotidianas, principalmente as humildes e ordinárias, em espírito de oração e de união com Deus.
6 Oração Final
