1 Acolhida
2 Oração Inicial
3 Tema do Mês
São José, exemplo de santificação através do trabalho.
“A Igreja, propondo São José como protetor dos trabalhadores e dos artesãos, fez dele um ponto de referência e um modelo para tantas pessoas que empregam o próprio tempo em atividades aparentemente profanas. O esposo de Maria ensina que as obras do homem não são jamais estranhas ao desígnio de Deus. Do trabalho brota a santificação, quando quem trabalha age em sintonia com o Criador.” [1] (São João Paulo II)
Em muitas ocasiões ouvimos dizer que São José é o “protetor dos trabalhadores”, e que São José é belíssimo “exemplo e modelo” de que é possível a santificação pelo trabalho, no exercício do trabalho. O Papa São João Paulo II esclarece bem a veracidade destes conceitos ao nos ensinar que “do trabalho brota a santificação, quando quem trabalha age em sintonia com o Criador”. E complementa este ensinamento destacando que o próprio Jesus santificou o trabalho exercendo-o ao lado de seus pais, Maria e José. Ouçamos:
A Igreja propondo São José como protetor dos trabalhadores e dos artesãos, fez dele um ponto de referência e um modelo para tantas pessoas que empregam o próprio tempo em atividades aparentemente profanas. O esposo de Maria ensina que as obras do homem não são jamais estranhas ao desígnio de Deus. Do trabalho brota a santificação, quando quem trabalha age em sintonia com o Criador. Como fez São José, silencioso operário da casa de Nazaré. Compartilhando com José e Maria os cansaços do dia a dia das atividades mais comuns, Jesus nos ilumina sobre o fato que todo trabalho, mesmo humilde e escondido, aproxima o homem ao mistério da Cruz”[2] (São João Paulo II).
Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória litúrgica de São José Operário, fixada no primeiro de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção.[3] (São João Paulo II)
O Padre Miguel Piscopo, nos ensina que “ao vir ao mundo, Jesus quis viver a experiência da vida de família” [4]. E, também, que “para restituir à família o DNA originário dado por Deus, é preciso contemplar o exemplo de Nazaré” [5]. Vejamos:
Ao vir ao mundo, Jesus quis viver a experiência da vida de família. Porque o amor de um homem e de uma mulher, o afeto e a educação que ambos comunicam aos filhos, sempre foi, desde o início, o sonho de Deus. Sim, a família (pai, mãe, filhos) é um dos sonhos mais bonitos que Deus jamais fez. É um patrimônio que Ele transmite aos homens de geração em geração.
Este sonho, porém, em muitas situações não se realiza ou se rompe. Um dos principais problemas de nossa época é a crise das famílias: separações, divórcios, infidelidades, falta de paz e de diálogo, pouco afeto, educação superficial dos filhos… Essa situação é preocupante, porque não é isso que Deus tinha previsto para o homem.
João Paulo II dizia: “Olhem para a vida de Nazaré, na qual o menino Jesus se exercitou no trabalho humano sob a guia vigilante e amorosa de São José, que lhe fazia as vezes de pai, e de Maria Virgem, a Mãe de Deus, empenhada nas humildes incumbências da vida doméstica. Olhem para aquela santa Família, na qual a Igreja vê o modelo de todas as famílias do mundo, especialmente daquelas mais humildes que ganham no suor e na fatiga o pão de cada dia”[6].
Hoje as famílias são chamadas a escutar a voz de José, juntamente com a voz de Maria e de Jesus. Para restituir à família o DNA originário dado por Deus, é preciso contemplar o exemplo de Nazaré. Cada membro da família pode olhar para a Sagrada Família para aprender como deve se comportar e o que deve fazer para cultivar o verdadeiro amor. Todo marido e pai pode encontrar uma luz em José, um estímulo e uma fonte de inspiração. Dele pode aprender o que significa fidelidade total, castidade heróica, força, coragem, vida de trabalho, respeito e proteção à mulher e aos filhos, envolvimento nos problemas familiares.
O Filho de Deus escolheu viver, por quase 30 anos, em um vilarejo mísero e insignificante do ponto de vista social, político e econômico, pouco conhecido e menos ainda estimado “Pode vir algo de bom de Nazaré?”[7]. Uma casinha pobre e normalíssima, uma pequena carpintaria onde devia suar para ganhar o sustento, foi por muitos anos o habitat de Cristo.
Estes ensinamentos nos levam a entender melhor que Jesus, José e Maria são os maiores e mais expressivos exemplos de santificação através do trabalho. Destes exemplos concluímos que o trabalho não é apenas um modo de se providenciar o que a família e a sociedade precisam: é um modo de estar em comunhão com Deus, Ele mesmo o mais completo exemplo de trabalhador. Basta exercer o trabalho em espírito de união com Deus e teremos aproveitado o trabalho para nosso crescimento além de prover com ele os dons que nossa família e a sociedade necessitam.
4 Reflexão e Partilha
Partilhar sobre as palavras do Papa São João Paulo II: “São José, homem justo que a Providência colocou junto a Jesus e a Maria para que sustentasse a Santa família com seu cansaço diário, nos lembra que os caminhos da salvação passam também através do trabalho humano e convida a todos a acolher a potencialidade que este contém. No desenvolvimento de sua tarefa, São José se apresenta como um homem capaz de fazer síntese entre fé e vida, entre as exigências de Deus e as do homem, entre a necessidade pessoal e o bem de todos. Desejo que, por meio do exemplo deste grande santo cada protagonista do mundo do trabalho se sinta empenhado em ser promotor do harmonioso desenvolvimento e da justiça social” [8].
5 Compromisso do Mês
Exercitar-se na prática de santificar o trabalho exercendo-o em espírito de união com Deus.
6 Oração Final
[1] João Paulo II. Homilia da Festa de São José de 1991
[2] João Paulo II. Homilia da Festa de São José de 1991
[3] São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 22
[4] São José e Espiritualidade do Trabalho. Miguel Piscopo. Presbítero e Superior Geral Emérito dos Oblatos de São José.
[5] Idem.
[6] Papa São João Paulo II. Homilia de 1° de maio de 1988
[7] João 1, 46
[8] João Paulo II. Homilia da Festa de S. José de 1966
