O serviço à família, obrigação essencial da Igreja. (Semente de Espiritualidade Josefina. Dezembro/2020)

1 Acolhida

2 Oração Inicial

3 Tema do Mês

O serviço à família, obrigação essencial da Igreja.

O mistério divino da Encarnação do Verbo está, pois, em estreita relação com a família humana. Não apenas com uma — a de Nazaré —, mas de certa forma com cada família, analogamente a quanto afirma o Concílio Vaticano II do Filho de Deus que, na encarnação, «Se uniu de certo modo com cada homem». Seguindo a Cristo que «veio» ao mundo «para servir» (Mt 20, 28), a Igreja considera o serviço à família uma das suas obrigações essenciais. Neste sentido, tanto o homem como a família constituem «a via da Igreja».[1] ((São João Paulo II, Papa).

A Sagrada Família de Nazaré é o “fundamento do Apostolado das Famílias”[2], e é vocação fundamental de cada família cristã realizar sua missão criadora, educadora e transformadora, na Igreja e na sociedade, a partir do exemplo e na companhia de cada um dos membros da Sagrada Família de Nazaré. Foi sobre isso que refletimos na edição anterior da Semente de Espiritualidade Josefina.

O Papa São João Paulo II nos explicou que para cumprir esta sua vocação fundamental as famílias cristãs o fazem como membros da Igreja, que está à serviço da família. “A Igreja considera o serviço à família uma de suas obrigações essenciais”[3]. Vejamos:

A família tem a sua origem naquele mesmo amor com que o Criador abraça o mundo criado, como se afirma já «ao princípio», no livro do Génesis (1,1). Uma suprema confirmação disso mesmo, no-la oferece Jesus no Evangelho: «Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho unigénito» (Jo 3, 16). O Filho unigénito, consubstancial ao Pai, «Deus de Deus, Luz da Luz», entrou na história dos homens através da família: «Pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-Se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, (…) amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado». Se é certo que Cristo «revela plenamente o homem a si mesmo», fá-lo a começar da família onde Ele escolheu nascer e crescer. Sabe-se que o Redentor passou grande parte da sua vida no recanto escondido de Nazaré, «submisso» (Lc 2,51) como «filho do homem» a Maria, sua Mãe, e a José, o carpinteiro. Esta sua «obediência» filial não é já a primeira manifestação daquela obediência ao Pai «até à morte» (Fil 2, 8), por meio da qual redimiu o mundo?

O mistério divino da Encarnação do Verbo está, pois, em estreita relação com a família humana. Não apenas com uma — a de Nazaré —, mas de certa forma com cada família, analogamente a quanto afirma o Concílio Vaticano II do Filho de Deus que, na encarnação, «Se uniu de certo modo com cada homem». Seguindo a Cristo que «veio» ao mundo «para servir» (Mt 20, 28), a Igreja considera o serviço à família uma das suas obrigações essenciais. Neste sentido, tanto o homem como a família constituem «a via da Igreja». (São João Paulo II, Papa).

Como membros da Santa Igreja, cada qual conforme sua vocação específica, na companhia da Sagrada Família e tendo-a como exemplo maior, colocamo-nos à serviço da família. Mas, como fazê-lo na prática? A resposta, conceitual e prática, a este questionamento tem sido um dos maiores empenhos da Igreja. E uma das maiores conquistas deste empenho é a consciência de que também os fiéis leigos “participam” ativamente do “múnus sacerdotal de Cristo”. Neste sentido, vejamos uma feliz síntese de pensamentos elaborada pelo Papa São João Paulo II:

Os fiéis leigos participam no múnus sacerdotal, pelo qual Jesus se ofereceu a Si mesmo sobre a Cruz e continuamente Se oferece na celebração da Eucaristia para glória do Pai e pela salvação da humanidade. Incorporados em Cristo Jesus, os batizados unem-se a Ele e ao Seu sacrifício, na oferta de si mesmos e de todas as suas atividades (cf. Rom 12, 1-2). Ao falar dos fiéis leigos, o Concílio diz: «Todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornam em outros tantos sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cf. 1 Pd 2, 5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da Eucaristia. E deste modo, os leigos, agindo em toda a parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo».[4] (Papa São João Paulo II)

Uma outra resposta muito importante a tal questionamento é a certeza que faz parte da missão a família “criar as condições favoráveis para o crescimento harmonioso e completo dos filhos, a fim de que eles possam levar uma vida boa, digna de Deus e construtiva para o mundo”, tempo por exemplo a Sagrada Família de Nazaré. Vejamos:

A narração evangélica de hoje refere que Maria e José, «após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. O Menino crescia — reza o Evangelho — e fortificava-se: era cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava sobre Ele» (vv. 39-40). Uma grande alegria da família é o crescimento dos filhos, como todos sabemos. Eles estão destinados a desenvolver-se e a revigorar-se, a adquirir sabedoria e a receber a graça de Deus, exatamente como aconteceu com Jesus. Ele é verdadeiramente um de nós: o Filho de Deus faz-se Menino, aceita crescer, fortificar-se, é cheio de sabedoria, e a graça de Deus está sobre Ele. Maria e José têm a alegria de ver tudo isto no seu Filho; e esta é a missão para a qual a família está orientada: criar as condições favoráveis para o crescimento harmonioso e completo dos filhos, a fim de que eles possam levar uma vida boa, digna de Deus e construtiva para o mundo.[5]

4 Reflexão e Partilha

Partilhar sobre as palavras do Papa João Paulo II: “O mistério divino da Encarnação do Verbo está, pois, em estreita relação com a família humana. Não apenas com uma — a de Nazaré —, mas de certa forma com cada família, analogamente a quanto afirma o Concílio Vaticano II do Filho de Deus que, na encarnação, «Se uniu de certo modo com cada homem». Seguindo a Cristo que «veio» ao mundo «para servir» (Mt 20, 28), a Igreja considera o serviço à família uma das suas obrigações essenciais. Neste sentido, tanto o homem como a família constituem «a via da Igreja».”.

5 Compromisso do Mês

Orar para que a Igreja, seus Ministros Ordenados, os Religioso(a)s e Leigo(a) descubram o valor e a importância das famílias e do Apostolado das Famílias.

6 Oração Final


[1] Carta do Papa João Paulo II às Famílias. GRATISSIMAM SANE. 1994 – Ano da Família.

[2] “Sagrada Família de Nazaré, fundamento do Apostolado das Famílias”. Semente de Espiritualidade Josefina. Novembro de 2020.

[3] Carta do Papa João Paulo II às Famílias. GRATISSIMAM SANE. 1994 – Ano da Família

[4] Papa São João Paulo II. Exortação Apostólica CHRISTIFIDELES LAICI. Item 14.

[5] Papa Francisco. FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA. Ângelus, 31 de dezembro de 2017

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