1 Acolhida
2 Oração Inicial
3 Tema do Mês
Jesus, Maria e José, nos convidam ao santo recolhimento
Tomemos por exemplo o glorioso São José: ele também tinha que dedicar-se a ocupações externas para alimentar à Sagrada Família, e portanto, podia rezar pouco, e aos olhos do mundo não desempenhava nenhum papel: mas, quanto valor tinham para o Senhor as belíssimas jornadas de São José![1] (São José Marello)
Muitas vezes, ao longo de sua vida em Nazaré, ao lado de Jesus e Maria, José exerceu atividades cotidianas, comuns a tantas outras famílias de seu tempo. Algumas destas atividades eram decorrentes do trabalho: preparar as ferramentas; comprar materiais; receber clientes; acertar preços; planejar o produto e o serviço; limpar o local de trabalho; interromper o trabalho para o almoço e recomeçar mais tarde; intercalar trabalho e breves orações; esculpir; cortar; transportar; entregar; e tantas outras, aparentemente sem valor expressivo. Outras eram decorrentes da vida familiar: deitar-se; dormir; levantar-se; cozinhar; almoçar; jantar; vestir e desvestir o filho pequeno; dar banho no filho; ajudar o filho nos primeiros passos; nas primeiras letras; e tantas outras, aparentemente sem valor expressivo.
Ao executar estas atividades, “aparentemente sem valor expressivo”, São José foi, muitas e muitas vezes, visto por seus contemporâneos, indo e vindo. Ora acompanhado por Jesus, ora por Maria, ora por ambos. Muitas vezes sozinho. Indo e vindo pelos caminhos da humilde Nazaré; ou peregrinando a Jerusalém; ou visitando amigos e parentes; ou a trabalho. Aos olhos dos desatentos as jornadas de São José não passavam de idas e vindas de um homem simples e dedicado à sua família e seu trabalho.
“Tomemos por exemplo o glorioso São José: ele também tinha que dedicar-se a ocupações externas para alimentar à Sagrada Família, e portanto, podia rezar pouco, e aos olhos do mundo não desempenhava nenhum papel: mas, quanto valor tinham para o Senhor as belíssimas jornadas de São José!” (São José Marello)
As “jornadas de São José” é uma expressão que sintetiza todas as atividades simples que aos olhos do mundo têm pouco ou nenhum valor, justamente por serem tão simples e comuns. Tinham grande valor, aos olhos do Senhor, as jornadas de São José!
Ao olharem para estas atividades externas de São José, como quando o viam trabalhar, não percebiam a grandeza de sua vida interior, atividades estas “envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação”[2], tão bem descrita pelo Papa João Paulo II na Exortação Apostólica Redemptoris Custos:
“Também quanto ao trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré se estende o mesmo clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José. Trata-se, contudo, de um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura. Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José “fez”; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas “ações”, envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contato com o mistério “escondido desde todos os séculos”, que “estabeleceu a sua morada” sob o teto da sua casa”.[3] (São João Paulo II)
São José Marello nos convida a imitar São José e santificar as pequenas coisas, indica a Sagrada Família como exemplo, e nos ensina que, o que transforma uma vida interior e escondida numa vida frutuosa e abençoada é a prática do santo recolhimento, ou seja, de intimidade com Deus. Vejamos:
Imensas são as vantagens que lucramos da união com Deus no santo recolhimento. Vejam a Jesus, Maria e José, os três maiores personagens que viveram nesta terra. Que faziam eles em Nazaré? Nada de grande e extraordinário aparentemente; não se dedicavam senão a ocupações humildes e ordinárias, próprias de uma família de trabalhadores. Mas estando eles animados pelo espírito de oração e de união com Deus todas as suas ações assumiam um valor e esplendor imenso aos olhos do céu. Não se trata, pois, de fazer ações extraordinárias, senão de fazer em cada coisa a vontade de Deus. Sejam pequenos ou grandes os trabalhos que nos tenham sido designados, basta que os façamos por obediência à vontade de Deus e conseguiremos neles grandes méritos.[4] (São José Marello)
São José Marello nos indica o caminho para viver do jeito de São José e transformar nossas ações simples do dia a dia em ocasião de louvor a Deus e crescimento: “cultivar a via interior e escondida”, como José. Vejamos:
Recomendemo-nos a São José, guia e mestre da vida espiritual, sublime modelo de vida interior e escondida. Ele também se encontrou nas mesmas circunstâncias em sua vida familiar: imitemo-lo na prática daquelas virtudes comuns e escondidas, que tanto agradam a Deus e tanto ajudam a alma a progredir e a santificar-se. (São José Marello)
Cuidemos de santificar as pequenas coisas: um pequeno ato de paciência ou de caridade, acompanhado de reta intenção, adquire um imenso valor aos olhos de Deus. São José não fez coisas extraordinárias; mas com a prática constante de virtudes ordinárias e comuns atingiu aquela santidade que o eleva muito além de todos os outros santos. (São José Marello)
O Papa Bento XVI nos convida a seguir o exemplo de São José e apreciar a beleza de uma vida familiar simples e laboriosa. Falando de São José, afirma que a grandiosidade de nossas ações está em “desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou”. [5] Vejamos:
“O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa”.[6] (Papa Bento XVI)
4 Reflexão e Partilha
Partilhar sobre as orientações recebidas de São José Marello e dos Papas Bento XVI e São João Paulo II utilizadas nesta Semente de Espiritualidade Josefina. Escolha uma delas e partilhe com os demais o que aprendeu e como podermos colocar isso em prática em nossa vida cotidiana.
5 Compromisso do Mês
Exercitar-se na prática de realizar as atividades do dia a dia em espírito de oração e de união com Deus.
[1] São José Marello, Bispo e Fundador da Congregação dos Oblatos de São José e da Congregação das Irmãs Oblatas de São José.
[2] São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 25. O primado da vida interior.
[3] São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 25. O primado da vida interior.
[4] Cf. MARELLO, Giuseppe. Scritti e Insignamenti del Venerabile Giuseppe Marello, organizado por Pe. Mario Pasetti, página 247.
[5] Papa Bento XVI. Solenidade de São José. 19 de março de 2006
[6] Papa Bento XVI. Solenidade de São José. 19 de março de 2006
