O acolhedor silêncio de José de Nazaré (Semente de Espiritualidade Josefina. Setembro/2022)

1 Acolhida

2 Oração Inicial

3 Tema do Mês

O acolhedor silêncio de José de Nazaré

Oh, silêncio de Nazaré, ensina-nos a permanecer firmes nos bons pensamentos, absorvidos na vida interior, prontos a sentir bem as inspirações secretas de Deus e as exortações dos verdadeiros mestres. (Servo de Deus Papa Paulo VI) [1] 

Na edição anterior da Semente de Espiritualidade Josefina[2] iniciamos algumas reflexões sobre a oração tendo por base a catequese do Papa Bento XVI de 28/12/2011, e recebemos do Papa dois ensinamentos muito importantes:

  • A casa de Nazaré é uma escola de oração, na qual se aprende a ouvir, a meditar, a compreender o significado profundo da manifestação do Filho de Deus, tendo como exemplo Maria, José e Jesus”.[3] (Papa Bento XVI)
  • A Sagrada Família é ícone da Igreja doméstica, chamada a rezar unida. A família é Igreja doméstica e deve ser a primeira escola de oração.[4] (Papa Bento XVI)

Vimos também naquela Semente de Espiritualidade Josefina diversos ensinamentos de Santa Teresa de Ávila que ela nos transmitiu em forma de testemunhos. Na mesma catequese de 28/12/2011 o Papa Bento XVI, citando os ensinamentos do Servo de Deus Paulo VI proferidos em Nazaré, em 05/01/1964, destacou a Família de Nazaré, “em primeiro lugar ela ensina-nos o silêncio”[5]. Ouçamos o Papa Bento XVI:

Permanece memorável o discurso do Servo de Deus Paulo VI na sua visita a Nazaré. Ele disse que na escola da Sagrada Família nós «compreendemos porque devemos ter uma disciplina espiritual, se quisermos seguir a doutrina do Evangelho e tornar-nos discípulos de Cristo». E acrescentava: «Em primeiro lugar ela ensina-nos o silêncio. Oh, se voltasse a nascer em nós a estima pelo silêncio, atmosfera admirável e indispensável do espírito: enquanto ainda estamos deslumbrados por tantos clamores, ruídos e vozes estrondosas na vida perturbada e tumultuosa do nosso tempo. Oh, silêncio de Nazaré, ensina-nos a permanecer firmes nos bons pensamentos, absorvidos na vida interior, prontos a sentir bem as inspirações secretas de Deus e as exortações dos verdadeiros mestres» (Papa Paulo VI, Discurso em Nazaré, 5 de Janeiro de 1964). (Papa Bento XVI)[6]

Também o Papa São João Paulo II já nos havia ensinado as ações de São José no Lar de Nazaré eram envolvidas pelo silêncio, num clima de profunda contemplação. Vejamos:

Também quanto ao trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré se estende o mesmo clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José. Trata-se, contudo, de um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura. Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José “fez”; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas “ações”, envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contato com o mistério “escondido desde todos os séculos”, que “estabeleceu a sua morada” sob o teto da sua casa. (São João Paulo II) [7]

Podemos aprender, portanto, com o Servo de Deus Papa Paulo VI e São João Paulo II:  

  • Que o silêncio de Nazaré, ensina-nos a permanecer firmes nos bons pensamentos, absorvidos na vida interior, prontos a sentir bem as inspirações secretas de Deus e as exortações dos verdadeiros mestres.
  • Que o trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré ocorria em clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José.
  • Que o silêncio desvenda de maneira especial o perfil interior de São José.

Os ensinamentos sobre o quanto São José valorizava e pratica o silencio não nos devem levar a concluir que não havia no Lar de Nazaré alegres e animados momentos de partilha através de conversas, cantos e tantas outras formas de conversação. Como já vimos em outras ocasiões São José teve a nobre missão de educar Jesus e o com seu exemplo e, com certeza, através das conversas, explicação da Palavra, e tantas outras formas de diálogos. Sobre isso, ouçamos o Papa São João Paulo II:

O crescimento de Jesus “em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2,52), deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a alta função de o “criar”; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai. (São João Paulo II) [8]

O Padre José Antônio Bertolin, OSJ, nos ensina que o silêncio de São José era acolhedor e lhe permitia refletir sobre os mistérios inerentes à presença de Deus entre nós. Vejamos:

O silêncio de José não é pobreza de espírito. É um silêncio que acolheu o mistério da presença do Verbo feito carne e que apreciou a sua riqueza. Ele era consciente de que o mistério no qual foi introduzido com Maria era inexprimível. Ele é o exemplo do homem cuja riqueza interior se desenvolve silenciosamente… […] O silêncio era para ele melhor modo de viver o amor mais profundo… […] A todos aqueles que olham para José, ele não cessa de indicar a grandeza do silêncio: silêncio para acolher Jesus e a sua revelação para viver em comunhão com a alma meditativa de Maria, para deixar- se seduzir pelo amor de Deus. (Padre José Antônio Bertolin, OSJ) [9]

4 Reflexão e Partilha

Partilhar sobre as os ensinamentos dos papas João Paulo II e Paulo VI contidas nesta Semente de Espiritualidade Josefina.

5 Compromisso do Mês

Exercitar-se na prática de realizar as atividades do dia a dia em espírito de oração e silêncio.

6 Oração Final


[1] Papa Paulo VI. Discurso em Nazaré, 5 de janeiro de 1964.

[2] Centro Internacional Josefino-Marelliano. Semente de Espiritualidade Josefina de agosto de 2022. Tema: São José ajuda muitíssimo quem a ele se recomenda

[3] Papa Bento XVI. Audiência Geral. Sala Paulo VI. Quarta-feira, 28 de dezembro de 2011.

[4] Idem.

[5] Servo de Deus Papa Paulo VI. Discurso em Nazaré, 5 de janeiro de 1964.

[6] Papa Bento XVI. Audiência Geral. Sala Paulo VI. Quarta-feira, 28 de dezembro de 2011.

[7] São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 25. O primado da vida interior.

[8] São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 16.

[9] José Antônio Bertolin, Oblato de São José.

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