Sob a proteção de São José, sejamos generosos (Semente de Espiritualidade Josefina. Outubro/2024)

1 Acolhida

2 Oração Inicial

3 Tema do Mês

Sob a proteção de São José, sejamos generosos

Essas duas atitudes – gratidão e responsabilidade – evocam bem a figura de São José, o guardião da Sagrada Família, que é o modelo, inspirador e intercessor da sua Congregação. Gostaria então de destacar três dimensões da existência de José de Nazaré, que me parecem importantes também para a sua vida religiosa e para o serviço que vocês desempenham na Igreja: o escondimento, a paternidade e a atenção aos últimos”. [1] (Papa Francisco)

O Santo Padre, o Papa Francisco, em seu discurso aos participantes do XVIII Capítulo Geral da Congregação dos Oblatos de São José (Josefinos de Asti de São José Marello), “obrigado pelo que fazem na Igreja e na sociedade, obrigado pelo seu serviço! Continuem com essa generosidade. Rezo por vocês e os abençoo. E, por favor, não se esqueçam de rezar por mim”. [2]

Neste mesmo discurso o Papa Francisco destacou “três dimensões da existência de José de Nazaré, que me parecem importantes também para a sua vida religiosa e para o serviço que vocês desempenham na Igreja”. Ouçamos o Papa Francisco e sigamos suas orientações: [3]

Como guia dos seus trabalhos capitulares, vocês escolheram a frase de São Paulo a Timóteo: «Recordo-te de reavivar o dom de Deus que há em ti» (2 Tm 1,6). São palavras desafiadoras, com as quais vocês se reconhecem como beneficiários de um dom – a santidade do Fundador, o carisma e a história da sua Congregação – e se comprometem a assumir as responsabilidades que daí decorrem: guardar e fazer frutificar os talentos recebidos, colocando-os a serviço dos irmãos.

E essas duas atitudes – gratidão e responsabilidade – evocam bem a figura de São José, o guardião da Sagrada Família, que é o modelo, inspirador e intercessor da sua Congregação.

Gostaria então de destacar três dimensões da existência de José de Nazaré, que me parecem importantes também para a sua vida religiosa e para o serviço que vocês desempenham na Igreja: o escondimento, a paternidade e a atenção aos últimos.

Primeiro: o escondimento. São José Marello sintetizou esse valor com o lema: “cartuxos em casa e apóstolos fora de casa” – é bonito, eu não sabia disso, quando li fiquei impressionado, uma bela síntese – e é muito importante. Isso é, antes de tudo, para vocês, para que saibam enraizar sua vida de fé e sua consagração religiosa em um cotidiano “estar” com Jesus. Não nos iludamos: sem Ele não nos mantemos de pé, nenhum de nós. Cada um tem suas fragilidades e sem o Senhor que nos sustenta, não nos manteríamos de pé. Por isso, encorajo vocês a sempre cultivar uma vida intensa de oração – “intensa” talvez seja um adjetivo muito forte: uma boa vida de oração, isso, não a deixe – através da participação nos Sacramentos, da escuta e meditação da Palavra de Deus, da Adoração Eucarística, tanto pessoal quanto comunitária. E sobre isso quero destacar: às vezes negligenciamos a adoração, a oração de adoração, o silêncio diante do Senhor, às vezes é um pouco entediante adorar em silêncio… Isso deveríamos fazer todos, mas especialmente os religiosos. Foi antes de tudo assim que São José respondeu ao imenso dom de ter em sua casa o próprio Filho de Deus feito homem: estando com Ele, ouvindo-O, falando com Ele e compartilhando com Ele a vida de cada dia. Lembremo-nos: sem Jesus não nos mantemos de pé! Neste momento, peço a cada um que pense em seus próprios pecados: todos somos pecadores. Pensem em seus pecados, agora, e vejam que quando vocês caíram no pecado foi porque não estavam próximos do Senhor. Sempre é assim. Quem está próximo do Senhor se agarra imediatamente e não cai. A proximidade ao Senhor!

E tudo isso se refletirá positivamente também no seu apostolado, especialmente naquela missão que os caracteriza como “apóstolos dos jovens”. Os jovens não precisam de nós: eles precisam de Deus! E quanto mais vivemos em Sua presença, mais somos capazes de ajudá-los a encontrá-Lo, sem protagonismos inúteis e tendo em mente apenas a sua salvação e felicidade plena. Nossos jovens – mas na verdade um pouco todos nós – vivem e vivemos em um mundo feito de exterioridades, em que o que importa é aparecer, obter consensos, fazer experiências sempre novas. Mas uma vida vivida toda “fora” deixa vazios por dentro, como quem passa todo o tempo na rua e deixa que sua casa vá à ruína por falta de cuidado e amor. Façam do seu coração, das suas comunidades, das suas casas religiosas, lugares onde se pode sentir e compartilhar o calor da familiaridade com Deus e entre os irmãos; onde, como dizia São João Paulo II, «a salvação, que passa através da humanidade de Jesus, se realiza nos gestos que fazem parte do cotidiano da vida familiar» (Exort. ap. Redemptoris Custos, 8). E assim acontecia com São José.

Segundo: a paternidade. São muito significativas, a esse respeito, as palavras que São José Marello escrevia ao padre Stefano Delaude: «Pobre juventude, tão abandonada e negligenciada, pobre geração crescente tão deixada à mercê de si mesma!» (Carta 31, 20 de fevereiro de 1869). Aqui se sente o coração de um pai, que se comove diante da beleza de seus filhos humilhada pela indiferença e desinteresse de quem deveria, ao contrário, ajudá-los a dar o melhor de si. E na mesma carta continua, considerando como é injusta e estéril a atitude de quem, então, limita-se a criticar essa juventude, abandonada e desorientada. E isso também hoje é assim. O santo Bispo fala de “generosidade incorreta”, de “afetos mal direcionados” (cf. ibid.): demonstra, ou seja, perceber nos jovens uma grande potencialidade de bem, que espera apenas florescer e dar frutos, se sustentada e acompanhada por guias sábias, pacientes e generosas. E assim quer que vocês sejam, atentos ao bem integral dos jovens, concretamente presentes ao lado deles e de suas famílias, experientes na arte maiêutica dos bons formadores, sabiamente respeitosos dos tempos e possibilidades de cada um. Irmãos, é um grande trabalho, este, cansativo, mas irrenunciável, sempre, e especialmente nos dias de hoje (cf. Exort. Ap. Christus vivit, 75).

E finalmente, depois da paternidade, a atenção aos últimos. Uma das coisas que impressionam, no Santo esposo de Maria, é a fé generosa com que acolheu em sua casa e em sua vida um Deus que, contrariamente a todas as expectativas, se apresentou à sua porta no filho de uma jovem frágil e desprovida de qualquer possibilidade de reclamação. Não havia nenhum direito que Maria e seu Filho pudessem humanamente reivindicar diante do santo Patriarca, exceto o de uma Presença que só a fé podia reconhecer e a caridade acolher. E José foi capaz de dar esse passo: reconheceu a presença real de Deus na pobreza deles e a fez sua, aliás, uniu-a à sua vida. Porque nosso acolhimento dos últimos é isso. Não é inclinar-se de forma paternalista sobre uma suposta “inferioridade” deles, mas compartilhar com eles a nossa própria pobreza. Isso nos ensina o fazer-se pobre de Deus (cf. Fl 2,5-11); isso lhes ensinou São José Marello, reservando em seu coração de pastor um lugar todo especial para os jovens mais problemáticos, para a “pobre juventude”, como gostava de dizer, e isso nos chama a fazer também hoje o Senhor.

Caros irmãos, quis compartilhar com vocês essas reflexões para o seu caminho. Obrigado pelo que fazem na Igreja e na sociedade, obrigado pelo seu serviço! Continuem com essa generosidade. Rezo por vocês e os abençoo. E, por favor, não se esqueçam de rezar por mim.

4 Reflexão e Partilha

Partilhar sobre os ensinamentos do Papa Francisco contidos nesta Semente de Espiritualidade Josefina.

5 Compromisso do Mês

Partilhar em sua Comunidade Religiosa, Comunidade Paroquial ou Família esta importante e motivadora mensagem do Papa Francisco.

6 Oração Final


[1] Papa Francisco. Discurso aos participantes do XVIII Capítulo Geral da Congregação dos Oblatos de São José. Vaticano, 26/08/2024.

[2] Idem.

[3] Idem.

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