Sob o olhar de São José, renovemos nosso amor a Maria (Semente de Espiritualidade Josefina. Junho/2025)

1 Acolhida

2 Oração Inicial

3 Tema do Mês

Sob o olhar de São José, renovemos nosso amor a Maria.

“Enquanto “pensava nisto, apareceu-lhe, em sonho, o anjo do Senhor, que lhe disse: ‘José, filho de Davi, não temas receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados’” (Mt 1, 20-21).

O Papa São João Paulo II, na Exortação Apostólica Redemptoris Custos, comentando o Evangelho segundo Mateus – “Despertando do sono, José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa” (Mt 1,24) – nos ensinou que José “recebeu-a com todo o mistério da sua maternidade; recebeu-a com o Filho que havia de vir ao mundo”, e “demonstrou deste modo uma disponibilidade de vontade, semelhante à disponibilidade de Maria”. Vejamos: [1]

Correspondendo ao desígnio claro de Deus, Maria, com o passar dos dias e das semanas, manifesta-se, diante das pessoas que contactava e diante de José, como estando “grávida”, como mulher que deve dar à luz e que traz em si o mistério da maternidade.

Nestas circunstâncias, “José, seu esposo, sendo justo e não querendo difamá-la, resolveu abandoná-la em segredo” (Mt 1,19). Ele não sabia como comportar-se perante a “surpreendente” maternidade de Maria. Buscava, certamente, uma resposta para essa interrogação inquietante; mas procurava, sobretudo, uma maneira honrosa de sair daquela situação difícil para ele. Enquanto “pensava nisto, apareceu-lhe, em sonho, o anjo do Senhor, que lhe disse: ‘José, filho de Davi, não temas receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados’” (Mt 1, 20-21).

Existe uma estreita analogia entre a “Anunciação” do texto de São Mateus e a do texto de São Lucas. O mensageiro divino introduz José no mistério da maternidade de Maria. Aquela que, segundo a lei, é a sua “esposa”, permanecendo virgem, tornou-se mãe pela virtude do Espírito Santo. E quando o Filho que Maria traz no seio vier ao mundo há-de receber o nome de Jesus. Este nome era bem conhecido entre os Israelitas; e, por vezes, era por eles posto aos filhos. Neste caso, porém, trata-se de um Filho que – segundo a promessa divina – realizará plenamente o que este nome significa: Jesus – Yehosua, que quer dizer “Deus salva”.

O mensageiro dirige-se a José como “esposo de Maria”; dirige-se a quem, a seu tempo, deverá pôr tal nome ao Filho que vai nascer da Virgem de Nazaré, desposada com ele. Dirige-se a José, portanto, confiando-lhe os encargos de um pai terreno em relação ao Filho de Maria.

“Despertando do sono, José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa” (Mt 1,24).

Ele recebeu-a com todo o mistério da sua maternidade; recebeu-a com o Filho que havia de vir ao mundo, por obra do Espírito Santo: demonstrou deste modo uma disponibilidade de vontade, semelhante à disponibilidade de Maria, em ordem àquilo que Deus lhe pedia por meio do seu mensageiro.

O Papa São João Paulo II, na Exortação Apostólica Redemptoris Custos, complementa estes ensinamentos indicando que “mediante o sacrifício total de si próprio, José exprime o seu amor generoso para com a Mãe de Deus”. José serve porque ama. José serve com amor. Vejamos: [2]

Na Liturgia, Maria é celebrada como tendo estado “unida a José, homem justo, por um vínculo de amor esponsal e virginal”. Trata-se, de fato, de dois amores que, conjuntamente, representam o mistério da Igreja, virgem e esposa, a qual tem no matrimônio de Maria e José o seu símbolo. “A virgindade e o celibato por amor do Reino de Deus não só não se contrapõem à dignidade do matrimônio, mas pressupõem-na e confirmam-na. O matrimônio e a virgindade são os dois modos de exprimir e de viver o único Mistério da Aliança de Deus com o seu povo” (32), que é comunhão de amor entre Deus e os homens.

Mediante o sacrifício total de si próprio, José exprime o seu amor generoso para com a Mãe de Deus, fazendo-lhe “dom esponsal de si”. Muito embora decidido a afastar-se, para não ser obstáculo ao plano de Deus que nela estava a realizar-se, por ordem expressa do anjo ele manteve-a consigo e respeitou a sua condição de pertencer exclusivamente a Deus.

Por outro lado, foi do matrimônio com Maria que advieram para José a sua dignidade singular e os seus direitos em relação a Jesus. “É certo que a dignidade da Mãe de Deus assenta tão alto, que nada pode haver de mais sublime; mas, por isso mesmo que entre a Santíssima Virgem a José foi estreitado o vínculo conjugal, não há dúvida de que ele se aproximou como ninguém dessa altíssima dignidade, em virtude da qual a Mãe de Deus ocupa lugar eminente, a grande distância de todas as criaturas. Uma vez que o casamento é a comunidade e a amizade máxima a que, por sua natureza, anda ligada a comunhão de bens, segue-se que, se Deus quis dar José como esposo à Virgem, deu-lo não apenas como companheiro na vida, testemunha da sua virgindade e garante da sua honestidade, mas também para que ele participasse, mediante o pacto conjugal, na sua excelsa grandeza”.

No momento mais decisivo de sua vida, orientado por Deus através do Anjo São José decide permanecer ao lado de Maria. Mais que isso, decide dedicar a sua vida aos serviços de Maria e do Menino que estava em seu ventre. São José Marello, por sua vez, nos ensina que é uma grande sabedoria pedirmos a Maria que caminhe conosco, que nos coloquemos em sua presença como “pobres crianças” que precisam de sua maternal proteção e orientação. Vejamos:

Maria! Sem vós, Mãe amantíssima, como teremos nós, pobres crianças, coragem de nos aventurar por cami­nhos desconhecidos? Jesus, Maria, José, Anjos e Santos nossos Protetores, queremos caminhar convosco. Qual é o caminho mais seguro? (São José Marello)

Sob o olhar de São José, renovemos o nosso amor a Maria.

4 Reflexão e Partilha

Partilhar sobre as palavras do Papa São João Paulo II contidas nesta Semente de Espiritualidade Josefina.

5 Compromisso do Mês

Renovar a consagração aos Santos Esposos José e Maria.

6 Oração Final


[1] São João Paulo II. Papa. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 2 e 3.

[2] São João Paulo II. Papa. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 20

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