Sob o olhar de São José, renovemos nosso amor a Jesus (Semente de Espiritualidade Josefina. Julho/2025)

1 Acolhida

2 Oração Inicial

3 Tema do Mês

Sob o olhar de São José, renovemos nosso amor a Jesus.

“O crescimento de Jesus “em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2,52), deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a alta função de o “criar”; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai”. [1] (São João Paulo II)

Depois de sua ressureição, antes de confiar definitivamente a Pedro a missão de servir à Sua Igreja como Papa, e, portanto, Pastor, num momento de intimidade Jesus faz questão de perguntar a Pedro se ele O amava. Vejamos:

“Depois de comerem, Jesus disse a Simão Pedro: ‘Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes’? Ele lhe respondeu: ‘Sim, Senhor, tu sabes que te amo’. Jesus lhe disse: ‘Apascenta os meus cordeiros’.” (João 21, 15)

Jesus confiou a Pedro tão importante missão porque sabia que Ele o amava. Durante três anos de convivência Jesus pode conhecer muito bem seus discípulos e constatar que Pedro, apesar de suas limitações, aprendeu a amar Jesus e a reconhecer Jesus como o Messias, Deus verdadeiramente presente entre nós. E porque O amava Pedro recebeu o convite e a missão: ‘Apascenta os meus cordeiros’, e com renovado ardor disse o seu sim.

São José amou Jesus mais que Pedro. Não apenas por mais tempo, 30 anos, mas amou Jesus como nenhum outro ser humano, com exceção de Maria sua Esposa. A José coube a graça e a missão de amar Jesus como Pai. Ouçamos este belíssimo resumo que o Papa São João Paulo II fez sobre a paternidade de José para com Jesus: [2]

São José foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade: desse modo, precisamente, ele “coopera no grande mistério da Redenção, quando chega a plenitude dos tempos”, e é verdadeiramente “ministro da salvação”. 

A sua paternidade expressou-se concretamente “em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da Encarnação e à missão redentora com o mesmo inseparavelmente ligada; em ter usado da autoridade legal, que lhe competia em relação à Sagrada Família, para lhe fazer o dom total de si mesmo, da sua vida e do seu trabalho; e em ter convertido a sua vocação humana para o amor familiar na sobre-humana oblação de si, do seu coração e de todas as capacidades, no amor que empregou ao serviço do Messias germinado na sua casa”. 

São Pedro e São José, cada a um a seu tempo e a seu modo, receberam chamados semelhantes: amar Jesus e servir Jesus, diretamente e depois servindo as pessoas a quem Jesus tanto ama. E hoje este chamado chega a cada um de nós: sob o olhar de São José, renovemos nosso amor a Jesus, amando-O se servindo-O diretamente ou, para usar uma belíssima expressão de São José Marello, cuidar dos interesses de Jesus: “É preciso procurar em São José as próprias inspirações, ele que foi na terra o primeiro a cuidar dos interesses de Jesus; tratou dele quando criança, protegeu-o menino, fez-lhe papel de pai nos primeiros trinta anos de sua vida na terra”. [3]

Na edição anterior da Semente de Espiritualidade Josefina recebemos um importante convite: Sob o olhar de São José, renovemos nosso amor a Maria.

Hoje recebemos um convite semelhante e complementamos: Sob o olhar de São José e de Maria Santíssima, renovemos nosso amor a Jesus. José e Maria estiveram sempre unidos no amor e no serviço a Jesus.

O Papa São João Paulo II, na Exortação Apostólica Redemptoris Custos, nos explica que “foi para garantir a proteção paterna a Jesus que Deus escolheu José como esposo de Maria”. Deus os uniu em um verdadeiro matrimônio e colocou sob os seus cuidados a pessoa e a missão de Jesus. Vejamos: [4]

Como se deduz dos textos evangélicos, o matrimônio com Maria é o fundamento jurídico da paternidade de José. Foi para garantir a proteção paterna a Jesus que Deus escolheu José como esposo de Maria. Por conseguinte, a paternidade de José – uma relação que o coloca o mais perto possível de Cristo, termo de toda e qualquer eleição e predestinação (cf. Rm 8,28-29) – passa através do matrimônio com Maria, ou seja, através da família.

Os Evangelistas, embora afirmem claramente que Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo e que naquele matrimônio a virgindade foi preservada (cf. Mt 1,18-25; Lc 1,26-38), chamam a José esposo de Maria e a Maria esposa de José (cf. Mt 1,16.18-20; Lc 1,27; 2,5).

E também para a Igreja, se por um lado é importante professar a concepção virginal de Jesus, por outro, não é menos importante defender o matrimônio de Maria com José, porque é deste matrimônio que depende, juridicamente, a paternidade de José. Daqui se compreende a razão por que as gerações são enumeradas segundo a genealogia de José: “E porque não o deviam ser – pergunta-se Santo Agostinho – através de José? Não era porventura José o marido de Maria? (…). A Escritura afirma, por meio da autoridade angélica, que ele era o marido. Não temas, diz, receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo. E é-lhe mandado que imponha o nome ao menino, se bem que não seja nascido do seu sêmen. Aí se diz, ainda: Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. A Escritura sabe que Jesus não nasceu do sêmen de José; e porque ele mostra preocupação quanto à origem da gravidez dela (Maria), é dito: provém do Espírito Santo. E, todavia, não lhe é tirada a autoridade paterna, uma vez que lhe é ordenado que seja ele a dar o nome ao menino. Por fim, também a própria Virgem Maria, bem consciente de não ter concebido Cristo da união conjugal com ele, chama-o apesar disso pai de Cristo” (12).

O filho de Maria é também filho de José, em virtude do vínculo matrimonial que os une.

Como já vimos na edição anterior da Semente de Espiritualidade Josefina, no momento mais decisivo de sua vida, orientado por Deus através do Anjo, São José decide permanecer ao lado de Maria. Mais que isso, decide dedicar a sua vida aos serviços de Maria e do Menino que estava em seu ventre.

Sob o olhar de São José, renovemos o nosso amor a Maria e a Jesus.

4 Reflexão e Partilha

Partilhar sobre as palavras do Papa São João Paulo II contidas nesta Semente de Espiritualidade Josefina.

5 Compromisso do Mês

Renovar a consagração aos Santos Esposos José e Maria e pedir-lhes a graça de permanecer até o fim fiéis nos cuidados dos interesses de Jesus.

6 Oração Final


[1] São João Paulo II. Papa. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 16.

[2] São João Paulo II. Papa. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 8.

[3] São José Marello, carta 76.

[4] São João Paulo II. Papa. Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 7.

Deixe um comentário