1 Acolhida
2 Oração Inicial
3 Tema do Mês
José, o Pai que acolheu e educou Jesus.
“A sua paternidade expressou-se concretamente «em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da Encarnação e à missão redentora com o mesmo inseparavelmente ligada; em ter usado da autoridade legal, que lhe competia em relação à Sagrada Família, para lhe fazer o dom total de si mesmo, da sua vida e do seu trabalho; e em ter convertido a sua vocação humana para o amor familiar na sobre-humana oblação de si, do seu coração e de todas as capacidades, no amor que empregou ao serviço do Messias germinado na sua casa». (Beato Papa Paulo VI. 19/03/1966).
A convicção de que São José era pai de Jesus e esposo de Maria, e certeza de que ele os amava imensamente, sempre esteve presente na consideração dos estudiosos sobre São José, que apontam também o amor de José por Jesus como exemplo e convite para sua imitação.
O amor de José por Jesus foi um amor sem reservas, foi um amor traduzido em generosidade, sacrifício, serviço, dom de todo a sua pessoa; um amor que só em Maria encontrou um modelo. Assim sendo, a pessoa de São José, a devoção a ele, é-nos um convite para amar Jesus com todo afeto do nosso coração, mas é também e sobretudo um convite ao serviço incondicional à vontade de Deus. (José Antônio Bertolin, osj. Curso de Josefologia).
O entendimento sobre o modo como São José concretizou este amor foi amadurecendo ao longo dos anos e mais recentemente o Papa São João Paulo II sintetizou na Exortação Apostólica Redemptoris Custos uma visão mais ampla que os estudiosos compreenderam sobre a pessoa e a missão de São José: ele foi aquele que acolheu e educou o próprio Jesus.
“O crescimento de Jesus “em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2,52), deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a alta função de o “criar”; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai”. (Redemptoris Custos, 16).
Vejamos a qualificada explicação do Padre Tarcísio Stramare, Oblato de São José:
Se no passado a discussão sobre o “princípio” da teologia de São José, ou seja, sobre a base fundamental de sua grandeza, tinha em grande consideração o matrimônio dele com Maria Santíssima, a Redemptoris Custos, que é rigorosamente cristológica, optou, em contrapartida, pela paternidade de José, que é “uma relação que o coloca o mais próximo possível de Cristo, fim de toda a eleição e predestinação”. O título do documento, “Redemptoris Custos”, visa sublinhar o estreito relacionamento de São José com a missão salvífica de Jesus. Não devemos nos esquecer que a Redemptoris Custos é colocada por João Paulo II na linha das encíclicas sobre a Redenção.
A preferência dada à palavra “custos” sobre a palavra “pater”, não precisa ser explicada. Observemos, antes de tudo, que teologicamente falando, o título de “pai” está fora de discussão já que este é reconhecido a São José na mesma pregação apostólica onde é testemunhada pelos Evangelhos. Lucas o denomina expressamente “pai” em duas ocasiões, colocando em uma delas esse título nos lábios de Maria (Lc 2,48; 2,33).
A razão pela qual João Paulo II preferiu a palavras “custos” no lugar de “pater” deve ser buscada no desejo de evidenciar os aspectos menos levados em consideração na paternidade, a qual não consiste apenas em dar a contribuição física para gerar, atividade que se deve descartar na geração de Jesus, o qual foi concebido por ação do Espírito Santo, como o de acolher e educar o próprio Jesus. Estes dois aspectos essenciais da paternidade ressaltam de maneira especial que esta não constitui um direito absoluto de propriedade sobre o filho, como se esse fosse um produto, mas que ela comporta um grave dever de “serviço” sobre o desempenho e a promoção do filho para levá-lo à perfeição. A teologia do matrimônio sempre resumiu esses deveres com a expressão “bonum prolis” (bem do filho), para indicar que os progenitores são essencialmente “guardas” e não “amos”. Disto resulta que a função de São José “chamado para ser o Guarda do Redentor”, vem depois especificado que ele “foi chamado por Deus para servir diretamente a pessoa e a missão de Jesus mediante o exercício de sua paternidade”.
Muitas das atitudes de Jesus refletem “a longa partilha de vida que ele teve com José na Carpintaria de Nazaré, e na sua família, juntamente com Maria”.
A função educativa de José sobre Jesus é um aspecto de sua paternidade nem sempre lembrado. A psicologia ensina que a pessoa recebe as influências do ambiente em que vive e das pessoas com as quais convive. Ciente desta verdade o Papa Paulo VI soube colher muito bem este aspecto, vendo refletido nas atitudes de Jesus a longa partilha de vida que ele teve com José na Carpintaria de Nazaré, e na sua família, juntamente com Maria. Por isso ele afirma: “São José é o tipo de evangelho que Jesus, ao deixar a pequena oficina de Nazaré, e ao iniciar a sua missão de profeta e de mestre, anunciará como programa para a redenção da humanidade” Isto significa que o tipo de “homem novo” anunciado por Jesus, foi formado na sua mente humana durante os muitos anos em que passou ao lado de José, correspondendo àquele modelo concreto que ele sempre tinha diante de si. É evidente que a contínua presença deste homem sério e virtuoso influiu positivamente em Jesus. O Verbo de Deus teve o conhecimento experimental dos valores de José e de Maria através desta convivência diária em sua família de Nazaré. (José Alves de Melo Neto, osj. 6º. Congresso Teológico e Pastoral de São José. Brasil. 2017)
4 Reflexão e Partilha
Partilhar sobre as palavras do Padre Tarcísio Stramare: “A razão pela qual João Paulo II preferiu a palavras “custos” no lugar de “pater” deve ser buscada no desejo de evidenciar os aspectos menos levados em consideração na paternidade, a qual não consiste apenas em dar a contribuição física para gerar, atividade que se deve descartar na geração de Jesus, o qual foi concebido por ação do Espírito Santo, como o de acolher e educar o próprio Jesus. Estes dois aspectos essenciais da paternidade ressaltam de maneira especial que esta não constitui um direito absoluto de propriedade sobre o filho, como se esse fosse um produto, mas que ela comporta um grave dever de “serviço” sobre o desempenho e a promoção do filho para levá-lo à perfeição”.
5 Compromisso do Mês
- Exercitar-se na prática educadora de São José, acolhendo com amor paternal ou fraternal aqueles a quem a Divina Providência nos confiou a missão de educar.
6 Oração Final
